-
Arquitetos: CVDB arquitectos, P-06 Atelier, Tiago Filipe Santos; CVDB arquitectos, Tiago Filipe Santos, P-06 Atelier
- Área: 2300 m²
- Ano: 2016
-
Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
-
Fabricantes: CASTAN, Carmo, Viabizzuno
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Museu do Megalitismo integra a antiga estação de caminho-de-ferro de Mora e localiza-se junto ao jardim público, a construir futuramente, no centro da vila alentejana. O museu, conjuntamente com outros edifícios de carácter público, como o Centro de Exposições e Eventos e o Fluviário, contribui para a dinamização cultural de Mora, construindo um lugar de lazer, cultura e permanência. Pretende-se que o edifício seja uma referência, na vila e no distrito de Évora, contribuindo para incrementar a oferta cultural nacional, dada a relevância museológica e patrimonial dos achados arqueológicos referentes ao período do megalítico, descobertos na região.
A antiga estação de caminho-de-ferro é um edifício emblemático enraizado na memória coletiva dos habitantes e de todos os que, ao longo do tempo, por lá passaram. O projeto pretende clarificar e reforçar o valor patrimonial dos edifícios existentes, num gesto de reabilitação cuidada. O projeto assume uma lógica diacrônica, onde o que é relevante e permanente se mantém e onde o que é novo e substantivo se acrescenta à história.
O Museu do Megalitismo é constituído por quatro edifícios distintos, interligados linearmente por uma galeria. Os dois edifícios centrais são reabilitados e nas extremidades do conjunto são construídos dois corpos novos, que integram o espaço expositivo principal, a poente, e a cafetaria, a nascente. A antiga plataforma de espera da estação é também reabilitada, sendo o elemento conceptual unificador do projeto e parte integrante de uma galeria exterior coberta - elo de ligação unificador do conjunto edificado. A galeria interliga os diversos programas e resolve as circulações, sendo também um espaço flexível que possibilita a integração de conteúdos expositivos alternativos. A sul, a galeria oferece a possibilidade de abrir-se para o espaço público. No topo nascente, a galeria permite o encerramento a zona de cafetaria, para que possa ser utilizada de forma independente, juntamente com a esplanada que remata o complexo do museu, e relacionar-se com o jardim público, ainda por construir.
Os dois edifícios existentes (antiga estação e armazém) foram intervencionados tendo em vista a sua adequação ao conteúdo programático e às novas exigências funcionais e infraestruturais. Na antiga estação alterou-se apenas a compartimentação interior. É neste edifício que se localiza a entrada principal do museu, bem como a biblioteca e a administração. O armazém tem um carácter polivalente, direcionado para a realização de atividades educativas infantis através de conteúdos interativos, permitindo ainda albergar workshops, conferências e exposições temporárias. O espaço mantém-se amplo, sem compartimentação, preservando-se a sua volumetria e exaltando-se a configuração original da estrutura da cobertura.
A galeria e o embasamento dos edifícios novos são abraçados por uma “pele”, constituída por painéis recortados em alumínio lacado, cuja iconografia se baseia na interpretação de desenhos geométricos presentes em placas de xisto – achados arqueológicos referentes ao período megalítico. Esta “pele” é uma referência ao conteúdo do museu e percorre todo o projeto. Estes painéis permitem a exploração de variações luz/sombra e transparência/opacidade, ao longo dos diversos espaços, tendo em conta a suas características particulares. Ao final do dia o edifício ganha uma luz própria, através da retroiluminação dos painéis, marcando a sua presença.